Nesta semana o assunto olímpico da vez foi a desistência da multicampeã medalhista Simone Biles. A ginasta desistiu das finais individuais, onde foi medalhista e antes já havia se ausentado da final no grupo. Tudo isso, por conta de problemas emocionais da atleta, que já na estreia não começou com o pé direito.
Sou mais do que as minhas realizações.
Simone Biles
Logo, a repercussão do caso chamou a atenção da mídia e dos próprios atletas que sofrem com a pressão de levar a bandeira das nações nos ombros. Igualmente, ex-atletas se compadeceram da situação da americana, além de se posicionarem a favor da escolha da atleta, como Adriano Imperador:
“Eu sei exatamente o que ela está passando… cuide da cabeça!”
Adriano Imperador
Fatalmente, as pessoas sempre enxergam os atletas como super-heróis, até como Deuses do Olimpo, mas eles são tão humanos quanto qualquer um de nós. Porém, Simone Biles se posicionar e entender que a sua saúde mental é mais importante do que qualquer competição põe a par como é o tratamento dos atletas com a mentalidade. Então, é pra aplaudir de pé. No entanto, algo que deixo sempre claro: atendo antes da medalha de ouro, campeão mundial ou o que seja, o ser humano.
Pessoalmente sei disso, por causa dos meus dois atletas na disputa olímpica: O nadador Guilherme Costa, recordista sul-americano da prova dos 800m, garantindo o oitavo lugar na final para o Brasil, e Natasha Rosa, com o nono lugar histórico no levantamento de peso.
Simone Biles leva o peso das glórias passadas
Enfim, Todo o tipo de ideia e imagem ligada ao fracasso passa pela cabeça de quem está competindo em busca de melhorias e vitórias, como é caso de Simone Biles. Da mesmas maneira, o frio na barriga é natural e aparentemente incontrolável. Porém, em algumas circunstâncias da vida, o atleta está vivendo situações externas ao esporte que também atrapalham o seu desempenho. Uma período depressivo, perdas familiares… podem ser inúmeros problemas. Imagine então para alguém que precisa repetir ou até ultrapassar resultados como ela? Por outro lado, o maior adversário se torna o próprio controle emocional.
Trabalho mental em solo brasileiro
O trabalho mental no Brasil vem sendo aos poucos implementado nos grupos esportivos, principalmente no futebol, onde os jogadores convivem com torcidas apaixonadas e até mesmo agressões por parte de organizadas. No entanto, mundo afora existem equipes só com o departamento de trabalho de comportamento e mentalidade.
Rebeca Andrade é um exemplo da força do trabalho mental, a atleta que vinha de uma série de lesões formou uma equipe multidisciplinar, onde o ponto máximo era a conexão entre mente e corpo. Então, dito e feito! Rebeca volta ao Brasil com um ouro e uma prata.
Portanto, no Brasil as pessoas ainda levam a saúde mental muito nas coxas. Se você vai a um psicólogo você é desequilibrado, se você vai a um psiquiatra você é louco. Não é assim que funciona. E em muitos segmentos do esporte esse pensamento ainda reina. O trabalho psicológico é super importante, é um crime as pessoas colocaram a importância do mental e comportamental de lado. Por fim, enquanto as pessoas continuarem ignorando isso, mais casos como o dela vão aparecer, mais atletas talentosos vão sucumbir antes do pódio. Essa é a triste realidade. Que isso sirva de exemplo.