Lesões fazem parte da vida de qualquer atleta. Especificamente, no futebol e nos esportes em grupo, elas podem influenciar e ir além do aspecto físico. Pense comigo: o principal jogador da defesa, o capitão… se lesiona e as notícias não são boas: ele ficará fora de campo por pelo menos 3 meses.
Obviamente, a mensagem terá um impacto para o jogador lesionado e, claro, para aqueles que confiam na liderança tanto técnica quanto comportamental.
Lesões que retiram os craques por muito tempo não são novidade, nem muito menos o peso do impacto que isso causa internamente ao clube. Bruno Henrique, por exemplo, sofreu uma lesão no joelho e só volta na próxima temporada. Ou seja, uma estrela fora pelo restante do ano. E agora o que fazer?
Ainda com a lesão, apoio do atleta
Caso o atleta seja, de fato, um líder nato, nada melhor do que ter a presença dele nos momentos cruciais e nos momentos de ativação – momentos antes das partidas, onde o nível de concentração deve estar no máximo. Ao mesmo tempo, é importante ter essa distribuição de lideranças e alternativas para que o time esteja preparado a situações como essas na temporada.
No entanto, quando não há esta possibilidade, em alguns aspectos a performance pode cair. Supondo que o atleta lesionado seja um meia criativo, a substituição é um garoto da base. Logo, é inevitável que, a princípio, o camisa 9 não tenha tanta confiança na inteligência no passe chave do reserva.
Mudanças são adaptações. Portanto, ainda não há adaptação entre aqueles dois jogadores fundamentais para que saiam mais gols. Todavia, existem chaves trabalhadas na performance mental que ajudam tanto o lesionado, quanto o meia reserva e o atacante que não confia no garoto.
Lesões, performance e visualização
Para quem já acompanha o meu trabalho, sabe que uma das armas principais para o desempenho dos atletas é a proposta da visualização e imagem:
O cérebro pode nos permitir experimentar a vida de várias maneiras fascinantes. A sinestesia ocorre onde duas áreas normalmente separadas do cérebro se conectam. A sinestesia de sequência espacial, por exemplo, permite que algumas pessoas vejam a profundidade ou a distância dos números. Para eles, o ano de 1999 apareceria menor e mais profundo na página do que o ano de 2020, porque 1999 está mais distante no tempo do que 2020, mesmo que eles tenham sido digitados no mesmo tamanho de fonte e estivessem um ao lado do outro na página…
É esse fenômeno – o fato de o cérebro processar o imaginário como se fosse real – que permite que os esportistas se beneficiem das práticas de visualização. Vários estudos mostraram que os jogadores podem melhorar suas tacadas de golfe, tacadas de tênis, arremessos de rede no basquete, patinação no gelo, futebol ou praticamente qualquer coisa. Estudos mostraram que as pessoas aumentam sua força muscular imaginando-se flexionando os músculos ou levantando pesos.
David Hamilton, Phd.
Processo de visualização para recuperação de lesão
Ou seja, a imagem funciona tanto para o atleta lesionado quanto o não lesionado, pensar em si, realizando tarefas do dia a dia beneficia a solução de problemas em campo e, no lado da lesão, auxilia numa recuperação volta à performance. Logo, foi sobre isso que a minha última pesquisa tratou: Imagem e visualização para o crescimento global em performance do futebol. Focado, especificamente, na Premier League, num atleta da defesa de um dos Big-Six britânicos.
Portanto, esta técnica pode ajudar em múltiplos níveis de recuperação de lesões, desde o momento em que ele se machuca, de fato, até a parte da transição ao trabalho com bola e, enfim, ao retorno a campo.
Gostou das informações, me siga no Instagram @lincolnn para ver o dia a dia do trabalho mental com os atletas de elite.